As tecnologias aplicadas na iluminação pública passaram por várias transformações ao longo da última década. Embora o LED seja conhecido há mais de meio século, foi somente a partir da comprovação de uma melhoria da eficiência, do aumento da vida útil e da queda radical no custo dos componentes, que a tecnologia se consolidou no mercado e passou a ser substituta às soluções convencionais.
São por esses e outros inúmeros benefícios, incluindo vários incentivos para modernização do parque de iluminação, que o LED se tornou a principal referência de modernização da luz e dificilmente ouviremos falar sobre investimentos utilizando a tecnologia antiga. Porém, há um detalhe que requer alta atenção dos fabricantes, prestadores de serviço e investidores deste tipo de solução.
A tecnologia LED é predominantemente constituída por eletroeletrônica embarcada, que por sua vez, possui grande sensibilidade a distúrbios transitórios. O que isso significa? Estudo realizado pela Allen-Segal IBM Study esses distúrbios transitórios são responsáveis por 88% das queimas de equipamentos eletroeletrônicos e segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a origem destas anomalias são concentradas em 3 principais motivos: Manobra de rede (5%), Descargas atmosférica (15%), Liga/Desliga de equipamentos(80%). Portanto, para garantir o payback estimado no business case do projeto é extremamente necessária a utilização de equipamentos que protejam as luminárias deste tipo de interferência que desestabiliza a alimentação elétrica padrão.
É importante ressaltar que o distúrbio transitório ou surto elétrico são termos empregados para caracterizar um evento da ordem de microssegundos, ou seja, alterações súbitas de corrente, tensão (energia). As descargas atmosféricas são casos especiais de transitórios devido aos níveis extremamente altos de energia em um intervalo de tempo bastante reduzido. Os efeitos das descargas atmosféricas sobre os sistemas elétricos são originados pela condução direta ou pela incidência nas imediações da instalação. Portanto, por conta das origens diversas e induções nos condutores é indicado que a proteção não seja apenas para iluminação pública viária, mas sim para luminárias em geral, seja de aplicação outdoor ou indoor.
Os surtos elétricos podem, ainda, ser consequência de liga e desliga de motores e chaveamento na rede, porém com intensidades menores, deteriorando o equipamento até a falha ou queima.
Explorando um pouco mais sobre o tópico do fenômeno natural, de acordo com a ELAT – Grupo de eletricidade atmosférica, as descargas atmosféricas são responsáveis por um grande número de desligamentos das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, além da queima de um número considerável de transformadores de distribuição. E quando falamos de aquecimento global, este assunto vira pânico, pois a maioria dos estudos sobre o tema sugere que a incidência de descargas atmosféricas aumente de 10% a 20% para cada grau de aumento de temperatura, onde as regiões mais afetadas serão as tropicais.
Portanto, a adoção de Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) são necessárias quando o objetivo é evitar os danos, sendo que para luminárias LED a medida é representada pela utilização de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS).
O DPS é responsável por limitar as sobretensões transitórias e desviar o surto elétrico, por meio de um componente que atua como uma chave em paralelo com a luminária.
Em resumo, sendo você consumidor final, fabricante ou prestador de serviço, não deixe de proteger os ativos e principalmente, por conta das particularidades encontradas na rede elétrica brasileira, busque sempre profissionais especializados para que haja uma orientação correta e um dimensionamento seguro do equipamento.
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Marcos Fagundes.