Na maioria das vezes o “jeitinho brasileiro” simboliza a criatividade do povo brasileiro em dar a volta por cima em situações difíceis. Infelizmente, muitos aplicam esse conceito para tirar proveito de alguma coisa e o furto de energia, o chamado “gato” na rede elétrica, é um bom exemplo disso. O problema é que além de prejuízos, essa prática pode colocar em risco a rede elétrica e o responsável pela ligação clandestina.
O que parece vantajoso para quem se utiliza desse recurso, na verdade é crime previsto em lei no artigo 155 do Código Penal. Quem cometê-lo pode ser condenado a uma pena que pode variar de um a quatro anos de reclusão, além de multa.
Mas há ainda outro risco, muito maior que ser pego: o de perder a vida. Quem faz uma ligação clandestina, normalmente sobe em um poste com cerca de 7,20 m de altura e vai acessar uma rede energizada. A pessoa pode receber uma descarga elétrica e perder a vida imediatamente.
As companhias de energia também levam prejuízo com o furto de energia. Mais de 27 mil gigawatts-hora, ou cerca de 8% do consumo do mercado elétrico brasileiro, são consumidos no país de forma irregular. São cerca de R$ 8,1 bilhões em prejuízo, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se a prática não fosse comum, a Light, por exemplo, concessionária do Rio de Janeiro, poderia reduzir sua tarifa em até 18%, já que o custo do “gato” é repassado aos consumidores.
Os equipamentos elétricos também correm risco devido à queda na qualidade da energia e às constantes interrupções no sistema elétrico, aumento do número de ocorrências de falta de energia e danos à rede elétrica com o rompimento de condutores e com a queima de transformadores.
A Clamper recomenda a todos que não cometam esse ato criminoso, não apenas por ser contra a leia, mas também pelos riscos vitais. Se você conhece alguém que esteja cometendo este crime, informe à concessionária de energia da sua região. O prejuízo também chega ao seu bolso.